terça-feira, 30 de agosto de 2011

Um caso de formação de leitor

 Matheus Souza (omatheussouza@gmail.com)
A Megazine ajudou a formar o meu caráter. Estava aqui pensando no que escrever na coluna desta última edição impressa da revista, me lembrando da época em que eu era "apenas" um leitor, e foi essa a conclusão a que cheguei. Se um dia eu fiz um filme, se um dia eu virei um roteirista, se um dia eu virei colunista do jornal, foi porque eu li muito na fase de crescimento. Afinal, eu precisava fazer outra coisa para me distrair do fato de que eu não estava crescendo muito na fase de crescimento. E sim, sou do time que acha que o hábito da leitura torna as pessoas melhores.
A paixão pela leitura é um processo gradual, uma espécie de cadeia evolutiva. Bom, pelo menos no meu caso foi assim. Um rapaz sem hábito de leitura não vai acordar um dia e pensar "ai que vontade de ler um Dostoiévski". Quando eu era criança, lia os quadrinhos da Turma da Mônica. Um pouco mais velho, parti para o Homem-Aranha, os X-Men e o Lanterna Verde. Na pré-adolescência surgiu um tal de Harry Potter e um suplemento super colorido do jornal que minha mãe assinava, a Megazine. Ela ia jogar fora o jornal de terça quando viu que tinha essa nova área jovem. Resolveu guardar para eu dar uma lida quando voltasse da escola.
Eu voltei, li e virou costume de toda terça. Era um milagre, um veículo destinado aos jovens, que não os tratava como completos idiotas. Por causa da Megazine, passei a fuçar mais o GLOBO e me viciei no Rio Show (Rio Fanzine principalmente) e no Segundo Caderno. Com isso, passei a ir mais ao teatro, a shows, exposições, aos cinemas do grupo Estação, e um mundo novo foi se abrindo pra mim. Esses cadernos me apresentaram ao Woody Allen, ao Radiohead, ao Nick Hornby e ao Domingos Oliveira. E eles me levaram a pesquisar o que veio antes deles. E tudo isso me levou a escrever, a achar o meu caminho, descobrir o que eu queria fazer da vida.
(Ah, só pra constar, não estou aqui defendendo que este é o único ou o melhor caminho a ser tomado. Uma pessoa pode virar presidente sem o hábito da leitura. Mas é, de fato, um caminho. Sólido e proveitoso. E uma das coi$mais difíceis quando se é jovem, é achar um caminho.)
Eu tenho muito carinho por esta revista. Meu longo relacionamento com a Megazine tem tintas de caso amoroso. Lembro do início do nosso namoro, em que no recreio do colégio, eu, excluído do futebol, fugia pra biblioteca pra ler a edição da semana; da fase "Eduardo e Mônica", em que ela me levou para conhecer coisas novas através de colunas como a "Qual é" e me ajudou a estudar para o Enem com suas dicas para o vestibular; de quando ela me incentivou e viu potencial em mim, publicando a primeira matéria sobre meu primeiro filme; e, enfim, do nosso casamento, quando passei a escrever a coluna.
O jornal O GLOBO tem o prêmio Faz Diferença, para pessoas ou instituições que tiveram destaque em seus diferentes cadernos durante o ano. Eu fui indicado em 2008 na categoria "Megazine" e, gostaria de dizer aqui, em retribuição, que a Megazine fez a diferença pra mim. E minha caixa de e-mails, por causa da coluna, está cheia de mensagens de outros jovens com o mesmo sentimento. Então, obrigado, e parabéns por isso.
Ah, e num "momento Xuxa Park", gostaria de agradecer à minha mãe também por ter guardado pra mim centenas de Megazines ao longo dos anos. Você é incrível.
Bom, nos vemos, a partir da semana que vem, toda terça aqui no site. Um abraço!

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/megazine/mat/2011/08/29/megazine-um-caso-de-formacao-de-leitor-925245979.asp#ixzz1WX3OLnMt
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terça-feira, 16 de agosto de 2011

O poder do jornal

Notícia que atualiza e complementa a pesquisa mostrada em aula de Comunicação Impressa, sobre a importância do Meio Jornal (Ipsos/ANJ).

Ricos nos EUA leem jornal e revistas em papel

Previsão da morte dos meios tradicionais é prematura, diz pesquisa
A maioria dos americanos com amplo acesso às novas tecnologias prefere consumir informação em seus formatos originais, como TV e veículos impressos. O dado é de uma pesquisa da Ipsos, empresa especializada em estudos sobre mídia e marketing. O levantamento foi divulgado pelo site AdAge.

Segundo o estudo, 86% dos americanos com maior poder de compra leem jornais no formato impresso. Apenas 39% o fazem no computador e 14%, em smartphones. Com as revistas, o comportamento se repete: 93% as leem em papel e 27%, no computador. Programas de TV são vistos na plataforma tradicional (aparelho de TV) por 94%. Só 23% os assistem no computador.


Para chegar ao resultado foram entrevistados, de março a maio de 2011, mil internautas com renda familiar anual de pelo menos US$ 100 mil. Isso representa, segundo o texto do AdAge, “os 20% dos americanos que detêm cerca de 60% da renda dos EUA”.

Outro dado do Ipsos diz que o aparelho de TV ainda é o maior responsável pelo consumo de informação dos americanos mais ricos. Questionados sobre como acompanharam a morte de Osama Bin Laden, por exemplo, 70% responderam que foi pela TV e 40%, pelos jornais impressos. O mesmo ocorreu com o terremoto, tsunami e crise nuclear do Japão: 76% acompanharam a repercussão pela TV e 49%, pelos jornais impressos.

Veículos tradicionais têm até mesmo aceitação entre os jovens ricos. Dos entrevistados com idade de 18 a 34 anos, 88% leem revistas em papel. Só 35% o fazem via internet. E 70% leem jornais impressos, enquanto 54% os leem on-line.

Vídeos são vistos por 94% dos jovens na TV e por 35% em computadores. Por fim, mesmo com a difusão dos tablets e smartphones, os jovens ainda preferem acessar websites em seus computadores, diz a pesquisa. Essa plataforma tradicional é usada por 93% e só 38% usam smartphones para ver as páginas.




Do blog de Fernando Rodrigues/Folha/UOL
Para seguir Fernando Rodrigues no Twitter

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pesquisa de Veículos para Comunicação Impressa - Atualizado

Em grupos de 4 (turma das 15h) ou 5 (turma das 17h), pesquisar um veículo de comunicação impressa.
O Globo, Folha de São Paulo, Estadão, O Dia, Extra, Veja, Época, Piauí, à escolha. 
Como é este jornal/revista? Quem é seu público, qual o seu perfil (linha editorial), a tiragem, a linguagem, as editorias (seções).
Sugiro visitar a redação (ou sucursal) e entrevistar um jornalista do veículo escolhido.

Apresentação oral e escrita, entregue no dia da apresentação, a ser sorteado no dia 19/8. 
Fontes de pesquisa: as próprias empresas, ANJ (jornais), Aner (revistas), veículos especializados em comunicação.
Produzir texto próprio, original. Passe longe de Wikipedia e control C/control V.

Na apresentação, use exemplares, e mostre que sabe identificar os tipos de textos noticiosos: notícias, reportagens, perfis, entrevistas, colunas de notícias, artigos de opinião. Fale sobre o conteúdo editorial, identifique os principais articulistas.
 
Turma das 15h:
Dia 29
Veja: Nathanna, Bianca, Anna Luiza e Thiago Rebello
Folha: Raul Simões, Guilherme  Campos e Guilherme Alencastro
Dia 2
Estadão: Michel, Marina e ?
Extra: Raoni, Nara e Andressa
Dia 5
Piauí: Isabela, Carolina, Felipe e Caroline  
O Globo: André, Fernanda, Ana Carolina e Thaís

Turma das 17h:
Dia 29
Época: Fernanda Linhares, Bruna Amorim, Luane Gerbassi, Gabriel Pereira
Piauí: Felipe Mazzoli, Lucas Baltar, Francisco Ribeiro, Ivan Serpa e Daniel Belmonte
Dia 2
Folha: Gabriel Santos, Rodrigo Serpellone, Leonardo Zielinsky, Mariana Villano e Gabriel Linhares
O Dia: Caio Santos, Raiza Garcia, Maria Gabriela
Dia 5
Veja: Alice Gani, Cassia Soares, Mariana Carvalho, Maria Kozlowski e Evelyn Araujo
Globo: Ana Carolina Jobim, Juliana Chagas, Marina Pereira e Julio Cesar

Impresso, online

Sáo típicas de impresso os textos:

Contra distúrbios, Inglaterra quer censurar redes sociais: Bloqueio já usado por ditadores deflagra debate sobre limite às liberdades. Contextualização. Comparação.
Página interna: Modelo egípcio para a ordem britânica: em medida já usada por ditadores, primeiro-ministro ameaça bloquear mídias sociais para conter distúrbios e deflagra debate sobre a censura
Texto principal: repercussão sobre liberdades individuais com autoridades, representantes de ONGs de direito civil
Textos de apoio:
Calar vozes on-line é missão quase impossível: Especialista em tecnologia (CAT): filtros por palavras-chave, bloqueios são rapidamente contornados
Magna Carta, primeiro documento a impedir arbitrariedades a um governante, em favor da liberdade individual
Canção do The Clash, hino da Olimpíada, é retrato musical dos distrúrbios. Artigo de correspondente do El País

Família do 174 não recebeu indenização.Suíte do sequestro do ônibus na Presidente Vargas. semelhança entre os casos. O que aconteceu com os policiais que atiraram, e com sobreviventes e família de vítimas.
No dia: cobertura contou com jornalistas que cobriram 174, que foram ao local ou colaboraram da redação - reportagem da Vera Araujo, Por Dentro do Globo, crônica da Carla Rocha.

Leitura recomendada: Deu no jornal, em especial o artigo de Álvaro Caldas.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Internet não é território livre, não, senhor

Geneton Moraes Neto mostra que o suposto "território livre" da internet não é tão oba-oba como pode supor a nossa vã filosofia.